
Ontem (13/11), o Conselho Universitário da UFOP se reuniu para votar o plano orçamentário que a Universidade deve seguir para o ano de 2026. Logo no início, houve uma manifestação, organizada pelo DCE em conjunto com o CAHIS, a REFOP e todas as entidades presentes no CEDEB, na qual os alunos reivindicaram melhorias estruturais nas moradias da universidade, além da redução do valor cobrado nos restaurantes universitários e também pela recomposição dos valores cortados que eram destinados às visitas técnicas e aos trabalhos de conclusão de curso.
Além da manifestação feita com cartazes, instrumentos e palavras de ordem, os estudantes também leram um manifesto ao fim da reunião do conselho, alertando para a grande evasão de alunos que as universidades vêm enfrentando. No manifesto, apontaram como a evasão está muito ligada ao corte de orçamentos, que vem dificultando o bom funcionamento das políticas afirmativas de inclusão da universidade, e denunciaram como a recomposição de orçamento para essas políticas não estava nem sendo cogitada.
Parecer da comissão orçamentária
O início da discussão sobre o orçamento se deu com a apresentação da proposta orçamentária feita pela comissão montada pelo Cuni nas reuniões anteriores, que tinha como objetivo estudar os cenários orçamentários propostos pela administração central e montar uma proposta de orçamento para ser votada.
A comissão, presidida pelo Professor Bruno Ocelli Ungheri, apresentou sua proposta, que consistia no corte de R$ 200.000,00 nos contratos de fiscalização de obras, corte de R$ 1.189.066,86 do convênio com a FUNDAC, corte de R$ 150.000,00 das visitas técnicas e corte de R$ 50.000,00 de passagens aéreas.
Com esses cortes, os valores seriam realocados da seguinte forma:
- R$ 417.000,00 de descentralização de capital para as unidades
- R$ 24.300,00 para recomposição dos valores destinados aos TCCs das Artes Cênicas
- R$ 200.000,00 para financiamento de uma política institucional de lazer, esporte e promoção à saúde
- R$ 50.000,00 para recomposição do auxílio-estágio
- R$ 120.000,00 para suplementação dos valores destinados ao custeio dos cursos de graduação
- R$ 40.000,00 para recomposição dos valores cortados destinados às visitas técnicas
- R$ 50.000,00 para recomposição dos valores destinados à aquisição dos gases
- R$ 57.600,00 para disponibilizar 1 bolsa BDI por unidade acadêmica durante o ano
- R$ 60.000,00 para recomposição de valores destinados ao transporte entre unidades acadêmicas
- R$ 200.000,00 para acréscimo de valores disponibilizados à manutenção predial
- R$ 100.000,00 recompostos para assistência estudantil
Posição da Assessoria de Comunicação Institucional da UFOP
Como a proposta orçamentária representava um corte considerável no convênio com a FUNDAC, o Diretor da Diretoria de Comunicação Institucional, Ciro Medeiros Mendes, apresentou dados acerca da comunicação da UFOP e alertou ao Cuni que um corte nesse valor, que representa 50% do valor total do convênio, inviabilizaria a comunicação institucional e uma série de projetos ligados à televisão, rádio e cinema que a universidade está desenvolvendo.
Segundo ele, além dos projetos, a UFOP correria o risco de perder um grande número de concessões para transmissões da radio e TV, já que, sem o orçamento, seria impossível ter funcionários o suficiente para produzir a programação transmitida pela TV UFOP.
Contraproposta da reitoria

Com o intuito de encontrar uma proposta que chegasse a um meio-termo, possibilitando a recomposição de orçamento, mas mantendo um investimento mínimo para que a comunicação institucional pudesse se manter funcionando, a reitoria e a Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças elaboraram mais uma proposta orçamentária.
O Pró-Reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Thiago Augusto de Oliveira Silva, apresentou a proposta ao Cuni. Nela, os cortes feitos pela comissão seriam mantidos, porém a porcentagem cortada do convênio com a FUNDAC seria reduzida. Nesse cenário, o montante cortado seria realocado da seguinte forma:
- R$ 24.300,00 para recomposição dos valores destinados aos TCCs das Artes Cênicas
- R$130.000,00 para financiamento de uma política institucional de lazer, esporte e promoção à saúde
- R$ 120.000,00 para suplementação dos valores destinados ao custeio dos cursos de graduação
- R$ 57.600,00 para disponibilizar 1 bolsa BDI por unidade acadêmica durante o ano
- R$ 60.000,00 para recomposição de valores destinados ao transporte entre unidades acadêmicas
- R$ 100.000,00 recompostos para assistência estudantil
Sendo apresentadas as duas propostas, foi dedicado um tempo para que todos os presentes pudessem ser ouvidos quanto a possíveis mudanças no orçamento, e, mesmo com a proposta mais conciliadora entre os dois pontos, ainda não houve um consenso entre os conselheiros.
Proposta final
Além dos conselheiros, também foi votado que qualquer pessoa da comunidade acadêmica pudesse tomar o microfone e dar seu parecer sobre o orçamento. Tendo se encerrado a rodada de falas, o Pró-Reitor de Finanças, Thiago Augusto, elaborou mais uma proposta que foi aceita pelos conselheiros e levada a votação.
Na nova proposta, mantinha-se o corte de 20% do convênio com a FUNDAC, e foram realocados os seguintes valores:
- R$ 115.200,00 para disponibilizar 2 bolsas BDI por unidade acadêmica durante o ano
- R$ 50.000,00 para recomposição do auxílio-estágio
- R$ 50.000,00 para recomposição dos valores destinados à aquisição dos gases
- R$ 24.300,00 para recomposição dos valores destinados aos TCCs das Artes Cênicas
- R$130.000,00 para financiamento de uma política institucional de lazer, esporte e promoção à saúde
- R$ 120.000,00 para suplementação dos valores destinados ao custeio dos cursos de graduação
- R$ 60.000,00 para recomposição de valores destinados ao transporte entre unidades acadêmicas
- R$ 100.000,00 recomposto para assistência estudantil
Segundo o Pró-Reitor de Finanças, essa proposta levaria ao aumento de 3% do déficit de 2025, fazendo com que o ano de 2026 fechasse com um déficit em torno de R$ 5,24 milhões de reais. Ao fim da apresentação dessa proposta, ela foi levada para votação e aprovada por unanimidade pelo conselho.
A pró-reitoria de finanças ainda deve divulgar a planilha detalhada para o orçamento de 2026.
