O grupo de percussão feminina, Bateria Carabina, realizou no último sábado (16) sua segunda apresentação pública, integrando a programação do Festival de Inverno de Ouro Preto. A exibição ocorreu durante o espetáculo teatral “Daquele Naipe”, realizado no bairro Vila Aparecida, num movimento de aproximar a comunidade ouro-pretana das ações artísticas promovidas pelo Festival. A primeira apresentação da Bateria foi na Praça Tiradentes, no 1º de maio, dia do trabalhador.
A Bateria Carabina surgiu em abril deste ano, por meio de uma iniciativa do Sindicato ASSUFOP e com apoio da ADUFOP. O nome do grupo homenageia a saudosa liderança do movimento negro e de mulheres de Ouro Preto, Efigênia Carabina, semblante de luta e resistência local. Além disso, a Bateria enaltece – através da força do tambor, da coletividade feminina e da manifestação artística – a luta diária da mulher contra as opressões de uma sociedade machista, sexista e que mantém as estruturas de poder masculinas e misóginas.
“A temática da peça que problematiza o machismo e o patriarcado vai de diálogo com o que o nosso grupo acredita. Foi extremamente importante também a experiência de colocar em prática o que vemos ensaiando e construindo a meses. Diferentes ritmos e trechos de músicas. É que venham as próximas apresentação!”, afirmou.
Bárbara Alves, integrante da Bateria, ressaltou a experiência adquirida pelo grupo em decorrência da apresentação e pontuou o objetivo do Grupo em dialogar com a comunidade e atrair mais ouropretanas para a Bateria:
“Essa foi a primeira apresentação pra muitas das integrantes que estão compondo o grupo agora. Inclusive para mim. Então é uma configuração nova de pessoas. Foi importantíssimo em vários aspectos. Para que a gente pudesse perceber a nossa evolução diante desse tempo que a gente vem ensinando, tanto individualmente quanto em grupo. Para que a gente pudesse perceber também o que a gente pode melhorar, e tocar com mais segurança, sabe. Mas pra isso é importante que a gente toque de fato, fora do espaço do ensaio, que a gente se apresente (…). Outro ponto importante é o fato da apresentação ter ocorrida num bairro que não fica no centro histórico, nem da região acadêmica, como a Bauxita. Porque a gente é um grupo que está se compondo ainda, então o corpo da Bateria está se constituindo. O nosso objetivo é que a gente tenha mais mulheres ouro-pretanas, que não seja algo restrito à pessoas da academia, alunas, professoras. É uma coisa pra ser da comunidade ouro-pretana, de fato. Então é importante que a gente esteja ocupando esses espaços, os bairros, as ruas de Ouro Preto para que a gente chegue até essas pessoas, alcance essas mulheres”, pontou.
A vice-presidente do ASSUFOP, Paula Stockler, que também integra a Bateria, falou sobre a satisfação em promover a união da força das mulheres por meio da música, e reforçou a importância do Grupo em dialogar com outros grupos de percussão da cidade: