Autonomia em risco: Cuni aprova novo corregedor do quadro da CGU

Foto: Sindicato ASSUFOP

Aconteceu na última segunda-feira (12/08), mais uma reunião do Cuni, onde foi apreciada a indicação do novo corregedor. Breno Barbosa Cerqueira Alves foi eleito com maioria de votos a favor e apenas uma abstenção.  

Antes do início da votação, o conselheiro e presidente do ASSUFOP, Gabriel Souza, apresentou seu relatório sobre a indicação, após pedido de vistas feito pelo mesmo na última reunião.

Dentre as observações apresentadas no relatório estava o fato de Breno não fazer parte do quadro interno da UFOP, o que estaria em desacordo com o artigo 8º do Regimento da UFOP que estabelece que:  “o(a) corregedor(a) deve ser escolhido(a) e nomeado(a) pelo(a) Reitor(a) dentre os(as) servidores(as) do quadro de pessoal da UFOP, em conformidade com os requisitos previstos no Decreto nº 5.480/2005, modificado pelo Decreto 10.768/2021”. 

A indicação de um corregedor estranho à Universidade impacta fortemente no funcionamento da instituição. Além de uma pessoa de fora não estar tão familiarizada com a cultura interna da universidade, como um funcionário mais experiente, a eleição de alguém de fora, especialmente alguém ligado a CGU como é o caso de Breno Barbosa, pode diminuir a autonomia da universidade de conduzir seus processos internos, já que ele está associado a órgãos de controle que podem atender interesses contrários aos da Universidade e dos trabalhadores que a compõem.   

Mais uma vez a Reitora foi questionada sobre sua alegação na última reunião de que “há grupos criminosos dentro da UFOP”. No relatório, Gabriel Souza pede então que a reitora responda às perguntas: Quem são esses “grupos criminosos”? Quem são as pessoas que precisam ser “expurgadas” da UFOP? Se são criminosos, quais crimes cometeram? Qual será, de fato,o papel do novo corregedor no contexto dessas declarações? 

Ao tentar responder as perguntas, a Reitora se prendeu a falas genéricas, sem contudo apontar quais seriam os grupos criminosos da Universidade e quem deveria ser expurgado. Além disso, ela alegou que informações relacionadas ao regimento da Corregedoria presentes no relatório eram mentirosas, mas, após demanda do presidente da ASSUFOP, Gabriel Souza, ela se retratou. 

Por fim, consta no relatório que apesar das preocupações apontadas, seria de suma importância manter o processo da corregedoria sem maiores atrasos, desse modo, pelo fato de as questões levantadas ainda não terem sido sanadas, o presidente da ASSUFOP se absteve na votação para o novo corregedor e esclarece que seu posicionamento ali “visa apenas garantir que as decisões deste Conselho sejam tomadas com total clareza e em conformidade com os princípios que regem nossa universidade. A abstenção, neste caso, reflete a necessidade de um debate mais aprofundado e esclarecedor sobre o tema.”

Confira o relatório completo abaixo:

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