Moradores de Ouro Preto protestaram na manhã deste sábado (21) contra a privatização da água no município. Com faixas, bandeiras e palavras de luta, os moradores reivindicaram o fim da transferência da administração dos serviços de água e esgoto da cidade para a Saneouro, um consórcio de empresas privadas. Antes, a distribuição e gestão da água era feita pela autarquia Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto (Semae-OP). O protesto foi organizado pelo Comitê de Mobilização de Trabalhadores e Estudantes da Região dos Inconfidentes, e contou com a participação de sindicatos – como o ASSUFOP –, associações de bairros, lideranças comunitárias, partidos políticos e movimentos sociais. Foi a segunda caminhada pelo “Fora Saneouro” na cidade. A primeira mobilização ocorreu no dia 8 de julho, aniversário de 310 anos de Ouro Preto.
A mobilização reuniu cerca de 120 pessoas e saiu da Praça da Estação com destino à Praça Tiradentes, subindo o Morro da Forca. Ao longo do trajeto, os organizadores distribuíram máscaras e álcool em gel aos participantes. A caminhada contou com a participação dos membros do acampamento “Fora Saneouro”, que estão acampados há 30 dias na Praça Tiradentes, em protesto contra a Saneouro. O Sindicato ASSUFOP esteve representado pelos diretores Gabriel Lima, Thiago Caldeira e Eduardo Evangelista.
Privatização da água:
Por meio de uma lei complementar, em dezembro de 2019, o prefeito à época, Júlio Pimenta (MDB), extinguiu o serviço da Semae e, a partir de janeiro de 2020, os sistemas de água e esgoto passaram a ser administrados e operados pela Saneouro. A empresa é alvo de uma CPI na Câmara Municipal de Ouro Preto que investiga o processo de licitação da transferência da gestão hídrica. Todos os serviços que estão sendo administrados pela empresa estão sendo investigados, inclusive a cobrança da água.
Antes da privatização, os moradores de Ouro Preto pagavam uma taxa única de R$ 22 . Os moradores reclamam do processo de instalação de hidrômetros na cidade, que está emitindo e enviando às casas uma simulação de consumo com uma tarifa bastante elevada. Famílias alegam que estão recebendo contas com taxas de até R$500 mensais.
Os manifestantes cobram do atual prefeito, Angelo Oswaldo, que cumpra sua promessa de campanha de reverter o processo de transferência da gestão da água e esgoto para a empresa Saneouro. A mobilização também reivindica que a CPI da Saneouro realize uma audiência pública com a participação do prefeito e do representante do Ministério Público. Confira mais fotos do ato: