Na noite da última quarta-feira (2), os membros do Comando Local de Greve, Gabriel Souza (presidente do ASSUFOP), Silvia Nahas (diretora do ASSUFOP), Marcelo (diretor do ASSUFOP) e Anderson Medeiros (diretor do ASSUFOP), participaram de uma mesa de conversa com estudantes do curso de serviço social da UFOP, no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), campus Mariana. O evento foi realizado pelo Centro Acadêmico da UFOP em parceria com o PET Sociais Aplicadas.
O vice-presidente da Adufop e professor do curso de Serviço Social, Rodrigo Ribeiro, também participou da mesa dando os informes a respeito da mobilização docente que possui indicativo de greve a partir do dia 15/04.
O principal tema discutido durante a mesa foi a greve dos Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs) da UFOP, que teve início no dia 25 de março. Gabriel Souza, presidente do ASSUFOP, enfatizou a séria situação enfrentada pelos servidores técnico-administrativos.
O movimento grevista tem como objetivo central pressionar o governo federal em busca da recomposição salarial dos TAEs para o ano de 2024, bem como pela reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE).
Os servidores federais da educação enfrentam desafios significativos, uma vez que não possuem uma data-base definida por lei. Na última reunião da Federação que representa os técnico-administrativos em educação (FASUBRA) com o governo, ocorrida em 28 de fevereiro, o Executivo reiterou sua política de reajuste zero para a categoria em 2024, o que não contempla a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos, totalizando 34,32%. Destaca-se que os trabalhadores TAEs possuem a menor remuneração do serviço público federal e enfrentaram um congelamento salarial durante os dois anos do governo de Michel Temer e ao longo de todo o período do governo de Jair Bolsonaro.
Gabriel também ressaltou que o movimento grevista luta por um orçamento digno para as Universidades e Institutos Federais. As Instituições Federais de Ensino enfrentam déficits orçamentários sem precedentes, além da significativa perda de técnicos-administrativos. Somente na UFOP, nos últimos sete anos, cerca de 200 técnicos-administrativos pediram exoneração ou se aposentaram, reflexo de uma carreira obsoleta, desatualizada e que possui a remuneração mais baixa do serviço público federal. Gabriel mencionou ainda o déficit de 12 milhões que a UFOP enfrenta atualmente, fato que pode inviabilizar o funcionamento da Instituição nos próximos meses. A greve surge como resposta necessária a essa realidade alarmante.