Após série de reuniões entre sindicatos e seguradora, representantes da direção do ASSUFOP, do SINASEFE IFMG e da ADUFOP conseguiram reduzir o reajuste em 11,41%
Representantes do ASSUFOP, do SINASEFE IFMG e da ADUFOP estiveram nesta segunda-feira (4) na sede da Unimed Inconfidentes para negociar a proposta de reajuste de 26,41% no plano de saúde sugerido pela seguradora. Pelo ASSUFOP compareceram à reunião os diretores Sérgio Neves, Marco Antônio e Irisa dos Anjos. Após diversos estudos sobre as cláusulas contratuais, os representantes sindicais solicitaram um reajuste de 13% para renovação do contrato que foi rejeitado pela seguradora. Chegou-se, então, ao acordo de 15% de reajuste na renovação do contrato.
Isto é, o aumento que seria em valores reais R$57,17 (enfermaria) e R$79 (apartamento); será de R$ 32,47 (enfermaria) e R$44,8 (apartamento). Os novos valores do plano passaram, portanto, de R$ 216,48 para R$248,95 plano enfermaria, e de R$ 299,24 R$344,04 para plano apartamento. Caso a proposta da Unimed inicial fosse aceita, o valor da utilização seria R$ 273,65 (enfermaria) e R$ 378,27 (apartamento).
Em dezembro, as entidades farão outra reunião com a UNIMED para propor estratégias de minimizar o impacto da sinistralidade na renovação do contrato para os próximos anos do convênio.
Retroativo
Esse reajuste de 15% já vale sobre os meses de outubro e novembro e, portanto, o valor do boleto referente ao mês de dezembro virá reajustado no novo índice do contrato, acrescido dos retroativos destes meses.
Como foi o início da negociação:
Incialmente, a UNIMED propôs o reajuste de 26,41% alegando o alto índice de sinistralidade do plano. Em contrapartida, sublinhando as perdas salariais acumuladas ao longo de vários anos dos associados e sem quaisquer perspectiva de aumento real, as entidades fizeram uma contraproposta reivindicando o reajuste de 4,078%, baseado no IGMP acumulado de 2019. No entanto, a UNIMED rejeitou a contraproposta de 4,078% e reafirmou o reajuste de 26,41%.
Entenda como funciona a renovação do contrato:
Em 2007, o governo concedeu aos servidores técnico-administrativos do país o Auxílio Suplementar de Saúde, um ganho de greve após muita luta dos trabalhadores. Sendo assim, surgiu a necessidade e vontade dos TAE’s de terem um plano de saúde que os contemplasse da forma mais conveniente possível. Foi aprovado pela ampla maioria dos trabalhadores que a UFOP não intermediasse a contratação do plano de saúde, pois a instituição só poderia selecionar uma empresa por meio de licitação. Este fato daria chance para que uma empresa indesejada pelos trabalhadores fosse contratada. À época foi feita uma ampla
discussão entre a categoria, com um grande grupo dos TAE’s, sobre qual plano de saúde melhor atenderia os trabalhadores.
Diante disso, a seguradora Unimed Inconfidentes liderou categoricamente a preferência dos TAE’s. Essa escolha levou em conta
vários fatores, por exemplo, a facilidade para marcar consultas em Ouro Preto e Mariana, eliminando a hipótese do usuário ter de ir à BH para ser atendido; a presença de um escritório da seguradora na cidade para um atendimento mais rápido e viável; a qualidade e a vasta variedade de médicos cooperados; e o fator preço.
Para que houvesse a contratação do plano escolhido pela categoria, o Sindicato pôde intermediar o convênio. Assim, na época, era emitido um boleto individual do plano para cada associado. A Unimed exigiu para a criação do convênio, um número mínimo de 2.000 usuários. E, para atingir esse número, foi feita uma parceria com as outras duas entidades sindicais federais de Ouro Preto, ADUFOPe SINASEFE IFMG. Portanto, em 2008 foi assinado o convênio dos três sindicatos com a Unimed. Até então, o responsável pelo pagamento do plano à Unimed era cada associado. Porém, em 2009, a Agência Nacional de Saúde, ANS, decretou – por meio da Resolução Normativa RN No200 de 13 de Agosto de 2009 – que o pagamento dos serviços do plano seria de responsabilidade da pessoa jurídica contratante. Ou seja, a empresa não poderia mais fazer a cobrança diretamente aos beneficiários do plano. Dessa maneira, os sindicatos tiveram de assumir a responsabilidade do pagamento à Unimed e passaram a emitir boletos próprios aos associados para o pagamento de cada fatura.
Em julho de 2016, o valor da utilização da Unimed deixou de ser emitido via boleto e passou a ser debitado automaticamente nas contas do associados que assinaram uma autorização para este fim.
O contrato coletivo das entidades (ASSUFOP, SINASEFE IFMG e Adufop) com a Unimed é renovado todo ano e por isso sofre um reajuste anual conforme autorização da Agência Nacional de Saúde (ANS). Em 2012, o Índice de Reajuste Anual do contrato passou a constituir-se da soma do Índice IGP-Manualizado do período (IGP-M), acrescido do Índice de Reajuste Técnico (IRT) baseado na taxa de sinistralidade medida pela Unimed. A sinistralidade equivale à contabilização da utilização do plano pelos usuários, compondo a relação entre custos (sinistro) e lucro da seguradora.
Esse total é calculado e, depois, representado por um percentual. A sinistralidade é, portanto, o resultado imediato da grande
utilização dos planos de saúde. De 2012 a 2015, uma vez apresentado o Índice de Reajuste Anual pela Unimed (= IGP-M + IRT), as entidades conveniadas (ADUFOP, ASSUFOP e SINASEFE) apresentaram contrapropostas, chegando-se a um acordo comum entre as partes. Neste período, apenas o Índice de Reajuste Técnico (IRT) acordado ficou estabelecido numa médiade 5,74%para o IRT no período de 4 anos.
Confira abaixo o histórico de negociações entre os sindicatos e a Unimed Inconfidentes:
2013 – Sinistralidade: 91%, Reajuste Acordado: 15% | IGPM: 4,39% (reajuste necessário segundo a UNIMED: 25,72%)
2014 – Não houve sinistralidade superior a 75%, Reajuste acordado: 4,28% (IGPM)
2015 – Sinistralidade: 87,98%, Reajuste Acordado: 17,31% | IGPM: 7,55% (reajuste necessário segundo a UNIMED 24,86%)
2016 – Sinistralidade: 107,89%, Reajuste Acordado: 20% | IGPM: 10,67% (reajuste necessário segundo a UNIMED 59,20%)
2017 – Sinistralidade: 61,68%, Reajuste Acordado: 0% | IGPM: – 1,46% ( A UNIMED propôs percentual de reajuste positivo para equilíbrio econômico).
2018 – Sinistralidade: 82,46%, IGPM: – 10,04% (reajuste necessário segundo a UNIMED 21,15%)