É com muita preocupação e revolta que a Direção do Sindicato ASSUFOP interpretou a suspensão de novas bolsas de assistência estudantil pela UFOP, consequência do desmonte orquestrado pelo Governo Federal, que não poupa esforços para arruinar a educação pública gratuita e de qualidade.
No dia 11 de setembro de 2019, a UFOP publicou a PORTARIA PRACE nº012 que “suspende, por prazo indeterminado, o recebimento de novos pedidos de avaliação socioeconômica dos estudantes de graduação e pós-graduação da UFOP” considerando “os bloqueios e cortes realizados pelo Governo Federal em 2019 no orçamento da UFOP” e “o Projeto de Lei Orçamentária para 2020 encaminhado para o Congresso Nacional.
Sabe-se que a assistência estudantil é o motivo pelo qual muitos estudantes conseguem permanecer na UFOP. Além de amparar o estudante em situação de risco econômico, as bolsas permanências combatem a evasão universitária, colaborando para um melhor desempenho da Universidade. Com o fim das bolsas, evidentemente, muitos jovens terão seu direito à educação pública negado, uma vez que ficarão reféns da sorte, sem saber se terão no dia seguinte como se sustentar em Ouro Preto, Mariana ou João Monlevade.
Diante dos ataques incansáveis do governo Bolsonaro às universidades e aos institutos federais – como o corte de até 40% nos orçamentos, a rejeição de qualquer diálogo com as entidades representativas de trabalhadores, estudantes e reitores; o programa de privatização Future-se, está cada vez mais claro que a crise na educação pública brasileira é um projeto arquitetado pelo governo Bolsonaro e seu ministro lunático, que escolheram os estudantes, professores, TAEs, cientistas, sindicatos e a UNE como inimigos da nação.
Consequentemente, a UFOP e as demais 67 universidades federais, sem contar os institutos federais, correm riscos de não abrirem as portas por conta dos sucessivos cortes do MEC no orçamento das instituições federais de ensino. Os impactos da falta de verba serão ainda mais graves em 2020. Na UFOP, o orçamento previsto para a Instituição terá um corte em torno de 40% nos recursos destinados à manutenção e ao funcionamento da mesma.
Chamado à luta
Frente a este cenário de desmonte absoluto, a solução é a militância, a mobilização, a união e a conscientização nas ruas, nos bairros, nas capitais, nas redes sociais em defesa da educação pública e da ciência. Fortalecer ainda mais a união entre sindicatos da região – ASSUFOP; ADUFOP; SINASEFE IFMG; SindUTE; Metabase; SINDSFOP; entidades estudantis – DCE UFOP, Grêmio IFMG; setores sociais da Igreja, associações de bairro, como foi visto durante as lutas contra o (des)governo Temer.
A última plenária nacional da FASUBRA, ocorrida nos dias 14 e 15 de setembro, indicou adesão dos técnico-administrativos à greve de 48 horas, nos dias 02 e 03 de outubro, em defesa da educação, junto com estudantes, professores das universidades e institutos federais. O movimento de união entre UNE, FASUBRA, SINASEFE, ANDES visa alertar a população brasileira sobre o fim das universidades públicas e, dessa forma, superar as dificuldades que o nosso povo tem enfrentado para uma realidade melhor.
O governo Bolsonaro já se mostrou frágil quando retrocedeu diante do povo nas ruas. É momento de aproveitar o crescimento da reprovação ao governo e, com coragem e organização, desmantelar as medidas autoritárias, mesquinhas, infantis de Bolsonaro e sua turma.
Todos de mãos dadas na greve geral pela educação!