O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e é considerado por muitas entidades representativas do serviço público como o maior dos ataques aos direitos conquistados pelo funcionalismo.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020, intitulada como Reforma Administrativa, foi apresentada pelo governo federal e propõe ataques incalculáveis aos servidores públicos brasileiros das esferas municipal, estadual e federal. O relator da matéria, deputado Darci de Matos (PSD-SC), prometeu entregar o relatório na primeira quinzena de maio. As audiências públicas sobre o assunto terão início nesta semana.
O presidente da Câmara afirmou que o texto, em breve, sairá da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Eu cobrava hoje (sexta-feira, 23/4) um posicionamento a respeito da Reforma Administrativa, que deve estar saindo da CCJ nos próximos dias”, destacou Lira em reportagem produzida pelo Portal Metrópoles.
Em linhas gerais, a PEC 32/2020 promove a privatização dos serviços públicos e os coloca a serviço do mercado e da iniciativa privada. A matéria prevê o desmonte absoluto de direitos dos servidores públicos ao alterar a forma de contratação, a remuneração, o desligamento de pessoal, além de acabar com a estabilidade – que facilita as práticas de corrupção no serviço público e abre amplo caminho para as indicações políticas e apadrinhamentos. Cabe ressaltar que os servidores atuais podem ser incluídos em partes da Reforma – como no corte de licença-prêmio, da progressão automática de carreira, de período de férias por mais de 30 dias, entre outras.
Durante uma reunião virtual entre a FASUBRA e a liderança da minoria da Câmara dos Deputados, a deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) ressaltou que existe uma decisão muito clara de mexer nas bases constitutivas do Estado. “A PEC 32 cria novos princípios que na verdade são portais para a privatização e terceirização generalizada, especialmente o que cravaram como princípio da subsidiariedade”. Segundo a deputada, a PEC é um cheque em branco para uma mudança total dentro do serviço público. “A PEC dá ao presidente a possibilidade de mudar a arquitetura do Estado, como acabar com órgãos que julga necessário. Isso é muito grave. Devemos esclarecer que não há privilégios, há regimes diferentes e hoje o servidor público pode sim ser demitido”, afirmou.
O deputado federal Prof. Israel Batista (PV/DF) reforçou a importância da atuação conjunta de entidades, parlamentares e citou as frentes trabalhadas até o momento. “Já entramos com mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a tramitação da PEC, exigindo a apresentação de estudos, diagnósticos e relatórios que embasaram o texto enviado pelo governo. Estamos presentes na CCJ e tentando barrar a tramitação da PEC por inconstitucionalidade. Estamos prontos também para o enfrentamento na Comissão Especial, caso seja instalada”.
Com informações da Fasubra Sindical e Portal Metrópoles