Na última sexta-feira (04/10), o presidente do Sindicato ASSUFOP, Gabriel Souza, participou do debate “O Sindicalismo no Serviço Público: Reivindicações e Lutas” no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da UFOP, em Mariana.
O evento contou também com a presença de Leandro Andrade, presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Ouro Preto. O debate foi uma iniciativa do professor Rodrigo Fernandes Ribeiro, como parte da disciplina SSO323 – Trabalho e Sindicalidade, e do projeto de extensão Observatório do Sujeito Coletivo do Trabalho, ambos do curso de Serviço Social da UFOP.
Durante sua fala inicial, Gabriel destacou a situação precária dos técnicos administrativos na universidade, agravada pelas decisões do último governo. Ele enfatizou o problema causado pelo baixo número de técnicos, alertou para o elitismo presente na instituição e mencionou a luta pelo direito às licenças para capacitação. Além disso, relembrou as conquistas obtidas pela greve, como a transformação na tabela da carreira, que permitiu maior progressão profissional. Por fim, Gabriel ressaltou a importância do sindicalismo no setor público, defendendo a valorização dos servidores e melhores condições de trabalho.
Questionado sobre o impacto da plataformização na carreira dos técnicos administrativos, Gabriel criticou a “uberização” do trabalho, apontando que muitos trabalhadores enfrentam condições precárias e longas jornadas. Ele também problematizou a forma como o teletrabalho tem sido aplicado pela UFOP, afirmando que, apesar de algumas atividades poderem ser realizadas de forma remota, o que facilita o dia a dia dos TAEs, muitos servidores estão sobrecarregados. Além disso, criticou a falta de suporte da universidade, que não fornece os equipamentos necessários, obrigando os técnicos a utilizarem seus próprios recursos.
Em relação à participação de assistentes sociais no sindicato, Gabriel comentou que muitos trabalhadores da área são associados à ASSUFOP, mas ressaltou que o setor de serviço social na UFOP está bastante defasado em termos de número de técnicos, o que agrava os desafios enfrentados por esses profissionais. Por fim ele ainda sanou várias duvidas colocadas pelos alunos da disciplina sobre como funciona a burocracia e o dia a dia da luta sindical.
Leandro Andrade, presidente do SINDISFOP, destacou as dificuldades enfrentadas pelos servidores públicos do município, principalmente devido à falta de recursos e infraestrutura. Essa precariedade tem causado sobrecarga de trabalho, especialmente nas áreas de saúde e educação, comprometendo a qualidade dos serviços prestados e as condições de trabalho dos profissionais. Andrade reforçou a importância da valorização dos servidores e destacou o empenho do sindicato em lutar por melhorias nas condições de trabalho e pela preservação dos direitos conquistados, visando garantir um ambiente mais digno e funcional para os trabalhadores municipais.
Ao final do debate, foi lançada a 3ª edição do “Boletim sobre as condições de trabalho, negociações coletivas e conflitos sindicais em Minas Gerais”, elaborado pelo Observatório do Sujeito Coletivo do Trabalho. O boletim traz informações sobre as lutas sindicais em diversas áreas que ocorrem atualmente no estado, com destaque para a greve dos TAEs e docentes da UFOP e do IFMG, a luta dos servidores públicos mineiros por reajuste salarial e contra as privatizações, e a regulamentação do trabalho por aplicativos, entre outros. Você pode acessar o boletim completo clicando aqui!