
Na última segunda-feira (21/10), o Pró-Reitor de Finanças, Thiago Augusto de Oliveira Silva, apresentou ao Conselho Universitário um panorama da atual situação financeira da universidade. Segundo ele, a situação não é mais tão drástica quanto a apresentada na assembleia universitária ocorrida em maio deste ano, porém, a situação ainda precisa ser analisada atentamente para que o problema não se agrave nos próximos anos.
Segundo Thiago, a estimativa de déficit para o fechamento do ano de 2025 diminuiu desde a assembleia universitária. Em maio deste ano, os cálculos apontavam para o fechamento do ano com déficit de até 9,9 milhões de reais. Porém, com a contenção de gastos feita pela reitoria nos últimos meses e com o orçamento complementar liberado pelo governo, espera-se que no fim do ano de 2025 o déficit seja em torno de 5 milhões de reais.
O problema financeiro se agrava ainda mais quando analisamos que em 2025 o orçamento da universidade foi de 69 milhões, e em 2026 será de 72 milhões. Mesmo que os números façam parecer que haverá um aumento no orçamento, ao corrigirmos o valor com a inflação, descobrimos que o orçamento, na verdade, será 0,6% menor do que o do ano de 2025.
Ações a serem tomadas
O Reitor Luciano Campos deixou claro que o foco da Administração Central no momento é buscar soluções para diminuir o déficit orçamentário por meio do planejamento orçamentário aprovado pelo CUNI.
Tendo isso em mente, a PROFF , disponibilizou aos conselheiros uma planilha na qual constam 21 parâmetros que poderiam ser alterados, com maior ou menor investimento para 2026, e no fim, mostrando o resultado orçamentário em que a universidade se encontraria. Isso foi feito com o objetivo de demonstrar para os conselheiros as possibilidades de alteração orçamentária, a fim de que o conselho pudesse propor planos orçamentários para 2026, com o objetivo de colocar a universidade na melhor situação financeira possível para o ano que vem, impactando o mínimo possível no funcionamento das atividades acadêmicas.
Possíveis Cenários
No fim de sua apresentação, o Pró-Reitor exemplificou as possibilidades do orçamento para 2026 em três cenários. O primeiro deles seria o mais restritivo e seria feito pensando na liquidação do déficit em 2026, porém o funcionamento de vários setores da UFOP seria gravemente comprometido. Segundo a reitoria, esse cenário não está sendo cogitado para ser colocado em prática.
O segundo cenário levaria à redução do déficit em 40%, fechando o ano de 2026 com um déficit de 3 milhões de reais. Segundo o Pró-Reitor, isso seria praticável, mas também implicaria no corte de várias atividades da universidade.
O terceiro cenário seria aquele em que não haveria redução do déficit em 2026, fechando o ano com um déficit de 5 milhões de reais. Esse seria o cenário menos restritivo, mesmo levando em conta que o orçamento para o ano que vem será menor. Porém, a reitoria está preocupada com a aplicação desse cenário, já que manter o déficit poderia causar complicações futuras para a situação financeira da universidade.
O que pode ser cortado?
A lista de fatores que poderão ser cortados para o orçamento de 2026 é extensa e engloba os seguintes tópicos:
- Passagens Aéreas
- Manutenção Predial
- Jardinagem e Capina
- Gráfica
- Diárias para servidores
- Custeio de Material de Escritório
- Custeio de Transportes
- Bolsa BDI (Bolsa de Desenvolvimento Institucional)
- Assistência Estudantil (além dos valores do PNAES)
- Preço do RU para alunos não assistidos
- Gases para laboratórios
- Fomento a Eventos Acadêmicos
- Excursões Curriculares
- Auxílio Estágio
- Auxílio Material para TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso)
- Aquisição de Câmeras de Segurança
- Descentralização de Capital
Além desses pontos, também será debatido o corte de alguns contratos de prestação de serviços. No caso dos contratos, a reitoria deixou claro que não há a possibilidade de negociação dos preços da maioria deles. Sendo assim, a única possibilidade de alteração seria a revogação ou manutenção do contrato.
Ao final do CUNI, foram estabelecidas comissões que analisarão os cenários 2 e 3 apresentados pela reitoria. Após essa análise, as comissões apresentarão o parecer na próxima reunião do CUNI, onde o debate sobre a situação financeira da universidade terá continuidade e serão definidas as diretrizes para 2026.
