
Hoje (10/06), o Sindicato ASSUFOP se reuniu com a Administração Central da UFOP para debater a situação orçamentária da universidade e os reajustes propostos pela Reitoria. Também participaram da reunião representantes da ADUFOP e do DCE.
O reitor da UFOP, Luciano Campos, iniciou a reunião explicando brevemente a situação da instituição. Em 2025, a universidade já começou o ano com um déficit acumulado dos anos anteriores. A dívida da UFOP, logo no início do ano, equivale ao custo de um mês inteiro de funcionamento da universidade. Diante disso, a Reitoria necessita tomar medidas emergenciais para que, nos próximos anos, a situação orçamentária da instituição seja mais estável.
Segundo o pró-reitor de Finanças, Thiago Augusto de Oliveira Silva, e os pró-reitores de Planejamento e Administração, Rodrigo Fernando Bianchi e Renato Fernandes Ferreira, o orçamento liberado pela LOA (Lei Orçamentária Anual) neste ano não é suficiente para cobrir os gastos da universidade. Além disso, os R$ 400 milhões anunciados pelo governo como acréscimo ao orçamento das universidades federais ainda não foram repassados e, mesmo que fossem, ainda seriam insuficientes.
Atualmente, a UFOP precisa de cerca de R$ 6,4 milhões por mês para funcionar, mas o orçamento repassado pelo governo é de apenas R$ 5,3 milhões mensais. Os pró-reitores também destacaram que, no orçamento de 2025 previsto pelo governo, R$ 9,9 milhões seriam provenientes de arrecadação própria da universidade. No entanto, o histórico anual de arrecadação própria da UFOP gira em torno de R$ 4 a R$ 5 milhões, o que torna a previsão de R$ 9,9 milhões completamente incongruente com a realidade da instituição.
O que vai ser cortado ?
Para conseguir controlar as contas, a Reitoria está propondo uma série de cortes que vão desde a redução de contratos de trabalhadores terceirizados até a diminuição de gastos com manutenção predial e combustível para os veículos da UFOP. Mesmo com as medidas, o reitor enfatizou que não haverá cortes que impactem diretamente as atividades acadêmicas e as políticas de assistência estudantil da universidade.
Inicialmente, serão encerrados contratos de 53 trabalhadores da limpeza, 4 motoristas, 15 porteiros, 28 recepcionistas e 10 funcionários de serviços gerais. Esses cortes devem representar uma economia de R$ 3.158.641,86 entre os meses de julho e dezembro deste ano. Além dos terceirizados, também serão reajustadas algumas bolsas BDI, o que deve gerar uma economia de R$ 270.000 até o fim de 2025.
Também serão economizados R$ 543.260,69 por mês, a partir de julho, com cortes relacionados à manutenção predial, combustível, passagens aéreas, gases especiais para laboratórios e aluguel de impressoras.
Além disso, a Reitoria anunciou mudanças em outros contratos com o objetivo de reduzir ainda mais os gastos em áreas específicas. Entre as medidas destacam-se: o investimento em geração fotovoltaica, que deve gerar uma economia de R$ 70.000 por mês; a sistematização do transporte consciente para reduzir os custos com viagens; a melhoria na fiscalização e no contrato das limpezas setoriais; a eliminação de gastos com bagagens em viagens aéreas; entre outras pequenas mudanças.
Situação para o ano que vem
Mesmo com todos os ajustes orçamentários propostos, a UFOP ainda deve terminar o ano em déficit. Desconsiderando a arrecadação própria da universidade, o déficit estimado é de R$ 8,3 milhões. A expectativa é que a UFOP consiga arrecadar, até o fim do ano, algo entre R$ 4 e R$ 5 milhões. Sendo assim, nas projeções mais realistas, a universidade começaria 2026 com um déficit variando entre R$ 3 e R$ 4 milhões.
O Reitor Luciano Campos também comunicou às entidades de base que pretende pautar no Conselho Universitário (CUNI) a discussão sobre o orçamento para o próximo ano. Segundo o Reitor, a UFOP deve receber as informações sobre o orçamento de 2026 em agosto deste ano, mês em que o tema será levado ao CUNI e debatido pelos conselheiros.