No mesmo momento em que o Executivo entregava ao Congresso a proposta de reforma da previdência, trabalhadores de vários lugares do país representados por diversas entidades sindicais se reuniram na Praça da Sé, em São Paulo-SP, para firmar um plano de luta e resistência unificada contra a devastação das aposentadorias lançada pelo governo federal.
Trata-se da Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora contra o fim das aposentadorias, ocorrida nesta quarta-feira (20), às 10 horas, na Praça da Sé, em São Paulo, que aprovou um calendário de lutas e mobilizações nos locais de trabalho e nos bairros de todos os municípios do País.
O diretor de comunicação do ASSUFOP, Thiago Caldeira, esteve na Assembleia Nacional e avalia positivamente a organização do evento: “Cerca de 5 mil pessoas estiveram presentes, de vários lugares do país que deu o tom representativo da assembleia. Entidades de diversos tipos de trabalho: petroleiros, professores, bancários, trabalhadores rurais etc. Assembleia foi objetiva e direta. A impressão que ficou foi de que os trabalhadores não estão acomodados e que haverá resistência contra as medidas neoliberais do Bolsonaro”, salientou.
O encontro firmou uma unidade das centrais sindicais – Força Sindical, CTB, Intersindical, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e CSB – bem como federações de trabalhadores tanto da iniciativa pública – como a FASUBRA – e da iniciativa privada. O calendário de lutas aprovado prevê a forte mobilização na Greve das Mulheres, no dia 8 de março; a realização de atos públicos pelos sindicatos; a promoção de debates locais em defesa da previdência; a mobilização e conscientização nos locais de trabalho, escolas e nos municípios do País.
Proposta de fim da previdência está no Congresso
com informações da CUT (cut.org.br)
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência entregue por Bolsonaro na manhã desta quarta-feira (20) ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Mais (DEM), confirma vários itens que já haviam sido vazados para a imprensa na última semana, entre eles, o fim da aposentadoria por tempo de contribuição e implementação da obrigatoriedade de idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres. Também estão confirmadas a transição de dez a doze anos, menor do que a proposta pelo ilegítimo ex-presidente Michel Temer, que era de 20 anos; e que as mudanças afetarão igualmente os trabalhadores e trabalhadores da iniciativa privada, vinculados ao Regime Geral da Previdência Social (RGSP) e os servidores públicos, vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). A capitalização e as mudanças na lei da aposentadoria dos militares podem ser entregues em 30 dias, segundo membros do governo.