Hoje, 20 de novembro, é dia da Consciência Negra. Dia nacional de luta contra o racismo e em defesa da vida do povo negro em todo o país. Neste ano, sob o mote “Fora Bolsonaro racista”, as organizações do movimento negro convocaram o povo brasileiro para ir novamente às ruas, chamando a atenção para Bolsonaro e seu governo, que, com sua política racista, mata o povo negro com a violência, a fome, a carestia, o desemprego.
A péssima gestão, o comportamento genocida e negacionista do presidente são responsáveis pela tragédia econômica e social vivida pelos brasileiros. E a população negra, por diversos aspectos, é a mais impactada. São os negros os mais atingidos e prejudicados com a pandemia de COVID-19 no país que matou mais de 610 mil brasileiros. Morreram pela fome, pelo vírus, pelas mãos de um Estado violento e genocida.
Um levantamento do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, grupo da PUC-Rio, mostrou que, enquanto 55% de negros morreram pela doença, a proporção entre brancos foi de 38%. Em outra pesquisa, o Instituto Polis mostrou que a taxa de óbitos por Covid-19 entre negros na capital paulista foi de 172 para cada 100 mil habitantes, enquanto para brancos foi de 115 óbitos para cada 100 mil habitante.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprovam que o desemprego afeta mais a população negra. A taxa de desemprego entre a população negra foi de 16,23%, enquanto a taxa para os brancos foi de 11,65%. Se somados todos os desempregados (negros e não-negros) no segundo trimestre de 2021, os negros eram 63,91% dos trabalhadores.
O Relatório elaborado pela Coalizão Solidariedade Brasil revela que antes da pandemia, 74% das pessoas em situação de insegurança alimentar eram negras. Desse total, 52% eram mulheres.
Por isso, o grito dos brasileiros pelo impeachment do presidente é também o grito contra o racismo. A luta pela democracia precisa estar diretamente atrelada à luta anti-racista. Não há avanço social ou político com a perpetuação do racismo.
Dessa forma, neste dia da Consciência Negra, retomamos às ruas de Ouro Preto com a força de Zumbi, Dandara, Marielle, Marighella, Efigênia Carabina e Igor Mendes para mostrar que a população negra não se curvará à política de extermínio de Bolsonaro e seus generais. Além do Fora Bolsonaro, dizemos também ao Congresso não à PEC 23 – que dá o direito ao governo de não pagar os trabalhadores que estão aguardando há anos o pagamento de processos judiciais ganhos -, e não à PEC 32 (Reforma Administrativa), que precariza e privatiza os serviços públicos, além de retirar direitos históricos da classe trabalhadora.
Com informações da FASUBRA Sindical e da Central Única dos Trabalhadores