Greve dos motoristas da Univale chega ao 7º dia; ASSUFOP presta solidariedade

Foto: Jornal O Decolonial

Motoristas da Univale – empresa de ônibus que leva trabalhadores para as minas da VALE – estão há sete dias em greve e seguem acampados em frente à garagem da empresa em Mariana-MG. Os trabalhadores reivindicam, além de melhorias salariais, o pagamento de horas extras, reajuste no vale alimentação, readmissão imediata de todos os trabalhadores demitidos por defenderem a categoria, entre outras requisições. A mobilização chegou a contar com 98 trabalhadores paralisados.

A Univale vinha rejeitando negociar com lideranças do movimento, que hoje é organizado pelos próprios motoristas com o apoio do Sindicato Metabase Inconfidentes e movimentos sociais. A empresa queria dialogar com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Ouro Preto (STTROP). No entanto, os motoristas não aceitam a representação do STTROP pois, segundo os trabalhadores, o Sindicato não representa os interesses da categoria.

A categoria paralisada conseguiu uma importante conquista nesta quarta-feira (20). Pela primeira vez, a Univale aceitou sentar para negociar com a liderança do movimento grevista. A mineradora Vale também entrou no processo de negociação com os trabalhadores. Até o momento, não houve acordo entre as partes. Mas foi uma oportunidade aos líderes do movimento levarem as seguintes reivindicações à Diretoria: Anistia do movimento (nenhuma punição), reintegração dos demitidos, retroativo do acordo coletivo, fim da terceira pegada ou pagamento de hora extra, área de descanso para os motoristas(única reivindicação totalmente aceita), fim dos descontos por avarias, fim dos descontos do Vale Alimentação em dias de afastamento, aumento do cartão alimentação e estabilidade no emprego por pelo menos um ano para evitar qualquer tipo de perseguição ao movimento.

Reunião entre representantes dos motoristas e Univale

A empresa aceitou em retroceder na decisão de demití-los por justa causa para demissão sem justa causa, caso a greve fosse encerrada. A Diretoria da Univale apresentou uma contraproposta que não garantia o pagamento dos dias de greve. De acordo com informações do jornal Agência Primaz, em relação ao fim da terceira pegada ou o pagamento das horas extras, a empresa teria prometido rever a situação posteriormente, o que não atenderia às demandas dos trabalhadores.

Ainda conforme o Jornal, Clemilson, um dos líderes do movimento grevista, contou que apesar de pegar serviço às 5:30 da manhã e frequentemente chegar em casa após as 19h, recebe como se tivesse trabalhado por 7h. Durante a negociação, a empresa se comprometeu em criar uma comissão mista para avaliar os casos de descontos por avarias nos veículos. Isto é, realizar análise dos casos em que haja acidentes para identificar a culpabilização ou não dos motoristas. Não houve avanço na discussão sobre a estabilidade no emprego por pelo menos um ano aos membros do movimento grevista.

Acampamento dos trabalhadores em greve montado em frente à garagem da Univale (Foto: ASSUFOP)

Apoio à greve dos motoristas da Univale

A Diretoria do Sindicato ASSUFOP demonstra sua solidariedade à greve dos motoristas da Univale, e saúda a coragem e a resiliência dos lutadores, que insurgiram contra a exploração da força de trabalho e foram à luta por melhores condições laborais. Movimentos como este, de união e destemor, numa conjuntura de absoluta opressão à classe trabalhadora, traz esperança e dá exemplo às demais categorias da mineração. Na ocasião, a Diretoria estende sua saudação aos sindicatos, movimentos sociais e cidadãos que, voluntariamente, estão colaborando com a greve dos Motoristas da Univale. Só a luta muda a vida.

Ajude o movimento grevista

Demonstre seu apoio pelas redes sociais; visite os acampados e leve alimentos. Doações financeiras também são bem vindas. Chave PIX: (31) 984075868, em nome de Cássio Anacleto. É necessário enviar o comprovante ao referido número telefônico.

 

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