Greve dos motoristas da Univale é suspensa; ASSUFOP presta solidariedade

Foto: Jornal O Decolonial

Nesta quinta-feira (21), os Motoristas da Univale – empresa de ônibus que leva trabalhadores para as minas da VALE –, que estavam há oito dias em greve e acampados em frente à garagem da empresa em Mariana-MG, suspenderam a paralisação. Os trabalhadores reivindicavam, além de melhorias salariais, o pagamento de horas extras, reajuste no vale alimentação, readmissão imediata de todos os trabalhadores demitidos por defenderem a categoria, entre outras requisições. A mobilização chegou a contar com 98 trabalhadores paralisados.

A Univale vinha rejeitando negociar com lideranças do movimento, que hoje é organizado pelos próprios motoristas com o apoio do Sindicato Metabase Inconfidentes e movimentos sociais.

A categoria paralisada concordou em suspender a greve para seguir com as negociações com a diretoria da Univale. Na quarta-feira (20), a empresa aceitou sentar para negociar com a liderança do movimento grevista. A mineradora Vale também entrou no processo de negociação com os trabalhadores. Os líderes do movimento levaram as seguintes reivindicações à Diretoria: anistia do movimento (nenhuma punição), reintegração dos demitidos, retroativo do acordo coletivo, fim da terceira pegada ou pagamento de hora extra, área de descanso para os motoristas(única reivindicação totalmente aceita), fim dos descontos por avarias, fim dos descontos do Vale Alimentação em dias de afastamento, aumento do cartão alimentação e estabilidade no emprego por pelo menos um ano para evitar qualquer tipo de perseguição ao movimento.

Reunião entre representantes dos motoristas e Univale

A empresa aceitou em retroceder na decisão de demití-los por justa causa para demissão sem justa causa, caso a greve fosse encerrada. A Diretoria da Univale apresentou uma contraproposta que não garantia o pagamento dos dias de greve. De acordo com informações do jornal Agência Primaz, em relação ao fim da terceira pegada ou o pagamento das horas extras, a empresa teria prometido rever a situação posteriormente, o que não atenderia às demandas dos trabalhadores.

Ainda conforme o Jornal, Clemilson, um dos líderes do movimento grevista, contou que apesar de pegar serviço às 5:30 da manhã e frequentemente chegar em casa após as 19h, recebe como se tivesse trabalhado por 7h. Durante a negociação, a empresa se comprometeu em criar uma comissão mista para avaliar os casos de descontos por avarias nos veículos. Isto é, realizar análise dos casos em que haja acidentes para identificar a culpabilização ou não dos motoristas. Nesta quinta-feira (21), os trabalhadores fizeram assembleia e concordaram em suspender a greve para seguir com as negociações.

Acampamento dos trabalhadores foi montado em frente à garagem da Univale (Foto: ASSUFOP)

Apoio à greve dos motoristas da Univale

A Diretoria do Sindicato ASSUFOP demonstra sua solidariedade à mobilização dos motoristas da Univale, e saúda a coragem e a resiliência dos lutadores, que insurgiram contra a exploração da força de trabalho e foram à luta por melhores condições laborais. Movimentos como este, de união e destemor, numa conjuntura de absoluta opressão à classe trabalhadora, traz esperança e dá exemplo às demais categorias da mineração. Na ocasião, a Diretoria estende sua saudação aos sindicatos, movimentos sociais e cidadãos que, voluntariamente, colaboraram com a greve dos motoristas da Univale. Só a luta muda a vida.

 

 

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