É com grande indignação que o Sindicato ASSUFOP vem a público repudiar o recente episódio discriminatório sofrido pela deputada federal (PSOL), Célia Xakriabá, uma das mais importantes lideranças indígenas no Brasil, e por suas assessoras indígenas, em um restaurante em Ouro Preto-MG. Um grupo de turistas que estava no recinto proferiu falas racistas contra a deputada e suas companheiras.
Não há mais espaço no Brasil de hoje para grupos que disseminam discursos de ódio contra minorias e maiorias “minorizadas”. Aqueles que o fizerem devem ser investigados e duramente punidos. É preciso destacar e cobrar a aplicação da recente lei sancionada pelo presidente Lula que incluiu a injúria racial como crime de racismo, o que significa que, ofender alguém com base em sua raça, cor, etnia, religião ou origem étnica passou a ser considerado um crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão de um a três anos e multa.
Vale destacar que a deputada e sua equipe participaram de um encontro realizado na “Mina Du Veloso”, organizado pelo diretor do ASSUFOP, Du Evangelista, e que discutiu temas emergentes da cidade como a privatização da água pela Saneouro, a proteção dos povos indígenas do município e a desapropriação de terras para a mineração.
Os povos originários têm sofrido constantemente com ataques e violências. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), em 2021 foram registrados mais de 160 casos de invasões de terras indígenas e 26 assassinatos de lideranças indígenas. Isso sem contar com as dezenas de Yanomamis mortos em decorrência do avanço do garimpo ilegal em suas terras e da negligência criminosa do então governo Bolsonaro. Precisamos garantir o respeito e a dignidade dos povos originários brasileiros, reconhecendo e valorizando suas culturas e tradições.
Na ocasião, o Sindicato ASSUFOP reafirma seu compromisso em combater todas as formas de opressão, em especial o racismo e o machismo, e enaltece a postura da deputada Célia e suas companheiras que não se intimidaram e denunciaram imediatamente os autores da agressão.
Racistas e fascistas não são bem-vindos em Ouro Preto, uma cidade construída com suor e sangue de negros escravizados e cuja história carrega os episódios mais brutais de opressão já registrados no território brasileiro.
Racistas não passarão! Sem anistia!
