É com muita preocupação e revolta que a direção do Sindicato ASSUFOP interpretou o fim do contrato entre a UFOP e a empresa responsável pela segurança da portaria dos prédios. Segundo a administração da Universidade, a empresa alegou não ter mais condições de cumprir o contrato por motivos operacionais e, desse modo, iniciará o processo de demissão dos funcionários terceirizados.
Vale sublinhar que uma das bandeiras do ASSUFOP sempre foi resistir à terceirização não apenas no âmbito universitário, mas também em todo universo laboral brasileiro. Estudos científicos não cansam de provar que a terceirização precariza a força de trabalho, aprofunda o assédio, enfraquece sindicatos, ignora a qualidade do serviço prestado, reduz salários, não reconhece a carreira dos trabalhadores – pouco importa se os funcionários estão três meses ou 20 anos na empresa – e deixam à mercê brasileiros e brasileiras, pais e mães de família, condicionados a sobreviverem contando apenas com a própria sorte. Posicionar-se contra a terceirização não implica ser contra os terceirizados. Pelo contrário. É defender postos de trabalho mais justos, estáveis, com planos de carreira e direitos trabalhistas.
O governo Bolsonaro, na contramão de toda e qualquer política que pense minimamente na nação, não poupa esforços para aumentar a tragédia permanente dos 13 milhões de brasileiros desempregados, 37 milhões na informalidade e 63 milhões de pessoas inadimplentes. Pelo contrário, no âmbito da educação, nomeia um ministro incumbido claramente de trucidar a educação pública e, levianamente, escolhe os estudantes e servidores como principais inimigos do país. Prova disso são os cortes de até 39% nos orçamentos da universidades e institutos federais, bem como o fim de concursos públicos.
Evidentemente, essas demissões que ocorrem na UFOP são fruto dessa política desonesta, ultra neoliberal, que precariza de forma absoluta o serviço público, desmonta as instituições federais de ensino em prol de uma privatização excludente cujo mote é privilegiar o bolso dos governantes e agradar ainda mais a atrasada e escravocrata “elite” brasileira, para a qual o povo é mero carvão a ser queimado.
Diante disso, a Direção do ASSUFOP informa que acompanhará as negociações para que os trabalhadores da empresa não sejam ainda mais lesados com o fim do contrato. No entanto, legalmente o sindicato não tem o poder de reverter ou mediar as demissões, uma vez que seu âmbito de ação não contempla os terceirizados da Universidade. Espera-se que a empresa que virá substituir esta, que hoje anuncia falência, leve em consideração estes trabalhadores que tanto contribuíram para a segurança e o bom funcionamento da UFOP.