ASSUFOP participa de reunião com coletivos do movimento negro e Reitoria sobre ações étnico-raciais na UFOP


Diretores do Sindicato ASSUFOP participaram nesta quarta-feira (29), na Reitoria da UFOP, de uma reunião com a administração da Universidade, membros do NEABI (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e indígenas) e do Coletivo Braima Mané, para discutir ações de combate ao racismo na Universidade e solicitar ações no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, relacionadas à temática étnico-racial. O encontro ocorre após a mobilização de coletivos e entidades raciais, estudantis e sindicais contra o episódio de “black face” envolvendo duas repúblicas da UFOP durante o evento “Miss Bixo”. Participaram da reunião os diretores do ASSUFOP, Gabriel Souza, Du Evangelista e Thiago Caldeira; a reitora e o vice-reitor da UFOP, Prof.ª Cláudia Marliére e Prof.º Hermínio Arias Nalini; o Pró-Reitor Adjunto de Graduação, Adilson Pereira; a Pró-Reitora Adjunta de Assuntos Comunitários e Estudantis, Sabrina Magalhães; o chefe de gabinete, Élido Bonomo; a coordenadora do NEABI,  Prof.ª Cristina Carla Sacramento (DEEDU), a Prof.ª Verônica Mendes; e o representante do coletivo Braima Mané, Ângelo de Oliveira Gomes.


Ângelo, representante do Coletivo Braima Guiné, reforçou a carta de reivindicações criada pelas entidades a partir do ato contra o racismo realizado no dia 11/05. Entre as solicitações elencadas na carta, foi destacada a criação de uma ouvidoria contra crimes raciais; o fortalecimento das ações afirmativas na UFOP com uniformização da postura de ações afirmativas em todos os setores da Instituição; a reserva mínima de 30% das vagas para estudantes negros nos processos seletivos como iniciação científica, projetos de extensão, de ensino, de pesquisa e iniciação docente; e a criação de uma disciplina de educação das relações etnico-raciais obrigatória para todos os cursos da UFOP.


Sobre o episódio envolvendo o caso de “Black Face”, a administração da UFOP informou que as oitivas do processo se encontram na fase final e sublinhou que a sindicância não indica penalidade, mas encaminha para abertura do processo administrativo ou não. A reunião encaminhou o convite do ouvidor da UFOP para criar uma estratégia interna sobre como conduzir o tratamento das denúncias e casos de racismo na Ouvidoria da Universidade. Também foi deliberado o estudo de viabilidade e código de vaga para a criação de uma disciplina sobre relações étnico-raciais sob coordenação do NEABI, e o encaminhamento numa comissão do CUNI para apuração, discussão e diálogo da proposta de criação de 30% de cotas raciais em todos processos seletivos da graduação, pesquisa e extensão.

O diretor do Sindicato ASSUFOP, Eduardo Evangelista, avaliou positivamente o encontro entre as entidades. “A reunião foi um importante passo para avançarmos no debate racial na UFOP. Os pontos de reivindicação das entidades ali representadas foram debatidos e suas relevâncias foram respeitadas. No entanto, é preciso ações mais concretas,  uma vez que, como o racismo estrutural e institucional existe, é fundamental que o antirracismo seja também estruturalizado e institucionalizado na UFOP”, concluiu.

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